Diretor do Teatro Oficina, ator e dramaturgo, é um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro
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1
Qual é sua ideia de felicidade perfeita?
Felicidade perfeita não existe. Eu sou muito feliz no meu trabalho, mas não é perfeito. Minha alegria é estar em cena.
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Qual é o seu maior medo?
Ficar sem o teatro.
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3
Que característica mais detesta em você?
Característica é algo muito determinado. Eu adquiro novas características sempre, é algo maleável.
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4
Que característica mais detesta nos outros?
Caretice e ódio, essa máscara que não permite que os outros se comuniquem. Eu conversaria com todo mundo. Até os mais loucos são gente.
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5
Que pessoa viva você mais admira?
Eu admiro tantas pessoas vivas.
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6
Qual é a sua maior extravagância?
Ser extravagante. Extra vagante, um viajante.
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7
Qual é o seu estado mental atual?
Loucura.
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Que virtude considera superestimada?
Dignidade com pose.
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9
Em que ocasião você mente?
Desde criança, eu não acredito na verdade. Eu chamo de concreto. Eu posso falar muita coisa descabida, deixar a imaginação fluir, mas eu não tenho o hábito de mentir.
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O que menos gosta sobre sua aparência?
O que eu não gosto e dá para mudar, eu mudo. O que não dá, eu aceito. É o que é.
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Que pessoa viva você mais despreza?
Vai além do desprezo. Eu queria que essa corja da Terra plana, que está destruindo a cultura, que é ignorante, eu queria que eles saíssem, já deviam ter saído. São pessoas que desprezam o outro.
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Que qualidade mais admira em um homem?
Capacidade de se transformar, e saber que ele tem mil possibilidades, que ele não está só fechado naquela heteronormatividade. Eu admiro a abertura.
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Que qualidade mais admira em uma mulher?
O poder que a mulher adquiriu.
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De que palavras ou frases você abusa?
Vida. Amor. Tesão.
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O que ou quem é o maior amor da sua vida?
Eu tive muitos amores da vida. Amor, como eu entendo, é plural. Tem o amor libidinoso, que é o mais forte, e ele constrói. Constrói filhos e obras de arte. Toda obra de arte nasce do amor. Todos os meus amores são relacionados à criação.
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Quando e onde você foi mais feliz na vida?
Eu estou feliz agora.
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Que talento você mais gostaria de ter?
Talento digital. Eu lido bem com a internet, mas não tenho talento.
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Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?
Fazer mais exercícios, ser mais aplicado ao meu corpo.
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O que considera sua maior conquista?
Para ser bem objetivo: depois de 40 anos de conflito, o Parque do Bixiga. Não foi bem uma conquista, mas é o início de uma virada ecológica, de um processo de possibilidades para a cidade de São Paulo.
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Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?
Eu teria que viver para saber.
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Onde você mais gostaria de morar?
Perto do mar.
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Qual é o seu pertence mais estimado?
Um copo d'água, comida boa, maconha, meus óculos.
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O que você considera o nível mais baixo da desgraça?
Assassinato.
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Qual sua ocupação favorita?
Teat(r)o. Teatro é uma representação, "teato" é um ato, é quando você se abre totalmente, quando você vive, e não apenas representa um papel. Essa é a minha ocupação favorita.
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Qual sua característica mais marcante?
Minha paixão pelo teatro. Sou incapaz de amar uma pessoa que não ame teatro.
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O que você mais valoriza em seus amigos?
A empatia e a não hipocrisia.
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Quais os seus escritores favoritos?
Oswald de Andrade.
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Quem é seu herói na ficção?
Serafim Ponte Grande (Oswald de Andrade).
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Com qual figura histórica você mais se identifica?
Leonel Brizola e Eduardo Suplicy.
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Quem são seus heróis na vida real?
Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Sonia Guajajara.
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Quais são seus nomes favoritos?
Eu gosto muito do meu nome, Zé. Manuela é lindo, Manu.
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O que você mais detesta?
O cancelamento. O que o Bolsonaro está fazendo (e o que o Trump fez) também é detestável.
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Qual seu grande arrependimento?
Não tenho. Não lamento nada.
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Como gostaria de morrer?
Em uma viagem psicodélica. Quero fazer a viagem da morte.
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Qual é o seu lema?
Com certeza não é a ordem e o progresso. Só a antropofagia nos une. O contato mesmo, corpo a corpo, carne com carne. É preciso viver ao vivo, e morrer ao vivo também.