Vera Magalhães

Qual é sua ideia de felicidade perfeita?

A felicidade se manifesta de diferentes formas e ocasiões. Neste momento, com todo o distanciamento imposto pela pandemia, é uma festa de Natal em que eu possa abraçar o meu pai, o que não faço desde março, pois só o vejo de longe.

Qual é o seu maior medo?

A morte. Tanto a minha quanto a das pessoas que eu amo. Ainda não consegui atingir aquela maturidade em que a finitude passa a ser considerada algo inevitável.

Que característica mais detesta em você?

A dificuldade de deixar as coisas ruins para trás sem esgotar os motivos, as implicações, as culpas, as origens. A terapia tem me ajudado a “let things go” sem tanto sofrimento e desgaste.

Que característica mais detesta nos outros?

Desonestidade intelectual, no plano do debate público, e falsidade, no plano pessoal. Aqueles amigos que ressurgem no sucesso e se omitem quando você precisa de gente ao lado me enchem de preguiça e desapontamento.

Que pessoa viva você mais admira?

Neil Young. O compositor da trilha sonora da minha vida.

Qual é a sua maior extravagância?

Me permito pequenas indulgências sem muita culpa, porque também trabalho pesado diariamente há 27 anos. Nada bizarro, sem festas cafonas de arromba ou coleções de sapato a la Imelda Marcos mas já devo ter gastado mais que o razoável num dia de spa para relaxar e recarregar as baterias. E é maravilhoso.

Qual é o seu estado mental atual?

Sempre buscando o tênue e difícil equilíbrio. Mas de fato me empenhando para isso, com ajuda da terapia, dos afetos e muito do esporte, que é meu caminho para canalizar a ansiedade e me conectar comigo mesma, num silêncio que só a música preenche.

Que virtude considera superestimada?

Humildade. Quando em excesso ela vira submissão, e quando fingida beira o cinismo. Desconfio sempre das pessoas demasiadamente humildes.

Em que ocasião você mente?

Para não magoar alguém com opiniões ou revelações que seriam duras demais ou que não caberiam a mim fazer. E sempre no plano pessoal. Como jornalista o meu compromisso é com a verdade e o fato.

O que menos gosta sobre sua aparência?

Minha altura. Gostaria de ter uns 5 cm a mais.

Que pessoa viva você mais despreza?

Nossa, pode ser um top 10, rs? Vamos colocar por categoria: os políticos populistas de corte personalista e autoritário, de esquerda ou de direita

Que qualidade mais admira em um homem?

A capacidade de se colocar na pele do outro, e principalmente das mulheres. É dessa empatia que nascem várias outras características adoráveis

Que qualidade mais admira em uma mulher?

A força, algo que é inerente ao feminino, em várias formas, independentemente da classe social, da origem e da época. Mulher é sempre fortaleza

De que palavras ou frases você abusa?

Dos jargões jornalísticos, certamente.

O que ou quem é o maior amor da sua vida?

Tudo que eu sou devo à minha mãe, que morreu em 2018 e de quem herdei o nome, Vera. Minha razão de viver são meus dois filhos, Lucas e Felipe. E o meu porto seguro e meu esteio é o meu marido, Otávio.

Quando e onde você foi mais feliz na vida?

26 de julho de 2000 e 12 de setembro de 2008. Os dias em que dei à luz a razão e o porquê da minha vida.

Que talento você mais gostaria de ter?

Tocar algum instrumento, além de praticar esportes com bola. Sou uma nulidade nisso tudo.

Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?

Eliminaria de cara 5 kg. Fácil.

O que considera sua maior conquista?

Poderia falar meus filhos, minha carreira, e são. Mas uma da qual me orgulho, mesmo sendo mais frívola, foi ter perdido 18 kg entre 2013 e 2015, ter colocado a corrida na minha vida e ter corrido 7 meias maratonas. Isso mudou meu corpo, minha mente, minha auto-estima e vai ser aquela época de que vou lembrar quando for bem velhinha com um sorriso orgulhoso atrás das rugas, e quando o joelho doer.

Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?

Gostaria de ser a Stevie Nicks, vocalista do Fleetwood Mac.

Onde você mais gostaria de morar?

Ainda vou morar no Rio de Janeiro.

Qual é o seu pertence mais estimado?

Meus discos e livros. E nada mais.

O que você considera o nível mais baixo da desgraça?

A venda da consciência.

Qual sua ocupação favorita?

Escrever, não tem jeito.

Qual sua característica mais marcante?

Ser control freak e hiperativa.

O que você mais valoriza em seus amigos?

Que eles estejam presentes.

Quais os seus escritores favoritos?

Haruki Murakami, Philip Roth e, mais recentemente, ando apaixonada por Chimamanda Ngozi-Adichie.

Quem é seu herói na ficção?

Poderosa Ísis era a que eu sempre era nas brincadeiras com a minha irmã.

Com qual figura histórica você mais se identifica?

Com os Beatles, que mudaram a cultura pop como ninguém antes e ninguém depois.

Quem são seus heróis na vida real?

São todos músicos e escritores, nunca políticos. E acho bizarro quem idolatra político.

Quais são seus nomes favoritos?

Lucas e Felipe.

O que você mais detesta?

Gente chata de alma sebosa.

Qual seu grande arrependimento?

Não ter aprendido a andar de bicicleta quando era criança.

Como gostaria de morrer?

Sem perceber. Dormindo ou sedada. E ser cremada, não enterrada.

Qual é o seu lema?

Hey, ho, let’s go.