Pedro Neschling

Qual é sua ideia de felicidade perfeita?

Muitas vezes, a gente só percebe que estava feliz depois que o momento passou. Então, ao invés de idealizar felicidade perfeita, busco reconhecer os momentos em que estou simplesmente feliz e aproveitá-los.

Qual é o seu maior medo?

Do colapso climático para o qual estamos caminhando.

Que característica mais detesta em você?

Sou capaz de me humilhar por um cafuné na cabeça, é terrível.

Que característica mais detesta nos outros?

A falta de noção de que está sendo inconveniente, chato.

Que pessoa viva você mais admira?

A Greta Thunberg.

Qual é a sua maior extravagância?

Comer e beber em lugares que tenho vontade de conhecer.

Qual é o seu estado mental atual?

Bem melhor do que dois anos atrás.

Que virtude considera superestimada?

Humildade, que quase sempre é mais performance do que real.

Em que ocasião você mente?

Quando acho que contar a verdade vai magoar alguém desnecessariamente.

O que menos gosta sobre sua aparência?

Tenho um olho mais fechado do que o outro. E piora quando fico cansado.

Que pessoa viva você mais despreza?

Bolsonaros, Trumps, Orbáns, Venturas e todos esses fascistóides ao redor do mundo que defendem o pior que o ser humano pode ser.

Que qualidade mais admira em um homem?

Sensibilidade.

Que qualidade mais admira em uma mulher?

Sensibilidade. Independe do gênero.

De que palavras ou frases você abusa?

Palavrões. Sou carioca, pra gente palavrão tem outro peso; serve quase como vírgula e é linguagem de afeto.

O que ou quem é o maior amor da sua vida?

Eu amo bastante, intensamente. Mas o amor pela minha filha Carolina é único e incondicional.

Quando e onde você foi mais feliz na vida?

Comendo e bebendo coisas que me trouxeram sensações inesquecíveis. Com minha filha dormindo deitada no meu colo. Sentindo que um livro que estava escrevendo tinha chegado ao fim e a realização de ter conseguido isso.

Que talento você mais gostaria de ter?

Saber sambar. Bem.

Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?

Viver mais fora da minha cabeça do que dentro.

O que considera sua maior conquista?

Ter conseguido encontrar meios de controlar minha ansiedade e a depressão sem depender de remédios, que foram muito importantes em outros momentos.

Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?

Um dinossauro. Imagina a cara dos pessoas me vendo?

Onde você mais gostaria de morar?

Ser carioca é parte intrínseca do meu eu. Hoje, tenho plena certeza de que o Rio de Janeiro, com suas maravilhas e danações, é o meu lugar. Amo viajar, adoraria passar alguns meses em outras cidades, mas minha casa é aqui.

Qual é o seu pertence mais estimado?

Minha consciência tranquila quando deito a cabeça no travesseiro.

O que você considera o nível mais baixo da desgraça?

Sermos uma sociedade onde tanta gente passa fome e há quem ache isso normal.

Qual sua ocupação favorita?

Ano passado, estar no tatame lutando foi o que mais me trouxe satisfação. Gosto de muitas coisas e a ordem de favoritismo muda o tempo todo.

Qual sua característica mais marcante?

Acho que é minha capacidade de ouvir o outro de verdade. Talvez uma consequência bonita da minha deficiência auditiva.

O que você mais valoriza em seus amigos?

O acolhimento. E o senso de humor, claro.

Quais os seus escritores favoritos?

Paul Auster. J.M. Coetzee. Patricia Melo. Ana Maria Gonçalves. Elizabeth Strout. Junot Diaz. Nick Hornby. São tantas e tantos…

Quem é seu herói na ficção?

Rocky Balboa.

Com qual figura histórica você mais se identifica?

Não diria identificação, por motivos óbvios, mas admiração, com certeza. Sou fascinado pelo Muhammad Ali, que além de ter sido uma gênio boxeando, era um pensador brilhante, uma figura absolutamente fora da curva.

Quem são seus heróis na vida real?

Atletas de alto rendimento, admiro e me emociono com eles. E aqueles que se dedicam ao bem coletivo antes do seu próprio.

Quais são seus nomes favoritos?

Roman, Shiv e Kendall. E Greg. Cousin Greg.

O que você mais detesta?

Gente que culpa os outros por seus fracassos ao invés de assumir seus erros e escolhas. E refrigerante sem gás.

Qual seu grande arrependimento?

Se pudesse, faria muitas coisas de maneira diferente. Mas ficaram pra trás e não fico pensando sobre elas para não virar um cara rancoroso. Prefiro focar no agora, que já é um desafio e tanto.

Como gostaria de morrer?

Não gostaria de morrer. Como é inevitável, que seja daqui a muito tempo e sem sofrimento.

Qual é o seu lema?

Não importa o quão forte você bate, mas o quanto você consegue apanhar e seguir em frente. Sim, pessoal, estou citando Rocky Balboa.