Diferentes maneiras de lidar com as questões do mundo e a busca por caminhos para as urgências de hoje são temas que aparecem na edição que se afirma como a bienal com o maior número de artistas não brancos. Além das 1,1 mil obras, uma intervenção do escritório Vão, no prédio de Oscar Niemeyer, propõe novos percursos para visitação. Na curadoria estão Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. Vale conferir a programação de eventos. Até 10/12. (Luara Calvi Anic)
Colaboradoras de longa data, as bailarinas Aline Bonamin e Clarice Lima voltam ao palco com Força Estranha para discutir o desejo de mover-se e de criar. "Evocamos forças que vêm de fora do corpo, que não conhecemos nem conseguimos nomear, mas que sabemos que existem. E fazemos um convite para imaginar outras danças", diz Bonamin. A temporada, grátis, será desdobrada nos teatros Alfredo Mesquita (24 a 26/2), Paulo Eiró (2 a 5/3) e Cacilda Becker (10 a 12/3). (Isabelle Moreira Lima)
Até 21 de agosto, o Grupo Corpo funde as músicas da dupla que acaba de completar 80 anos de idade ao estilo coreográfico único da companhia, no palco do Teatro Alfa, em São Paulo. No período, sempre de quarta a domingo, o grupo se apresenta em dose dupla, unindo os espetáculos “Onqotô” e “Gil Refazendo” num único programa. Ainda há ingressos disponíveis online, com valores que variam de R$ 50 a R$ 200. (Leonardo Neiva)
Com mais de 30 anos de carreira, a coreógrafa é conhecida pelo trabalho no Complexo da Maré, no Rio, e pelas críticas sociais e políticas em sua obra. Após temporada em Paris, vem ao Sesc Pinheiros com dois espetáculos. No novíssimo “Encantado”, que nasceu em meio à crise sanitária da covid-19, há referências à cosmologia afro-ameríndia. Em “Fúria”, os corpos dos intérpretes se misturam a roupas, sacos plásticos e outros rejeitos. (Betina Neves)
“Black is King” chegou à plataforma de streaming Disney+ na sexta 31 como um meteoro, dando muito o que falar -- até no Brasil, onde não está (oficialmente) disponível e nem tem previsão de chegar. O “álbum visual” de Beyoncé retoma “The Lion King: The Gift”, álbum musical lançado em 2019 com o filme da Disney “O Rei Leão”. Do que se trata? Como mostra este Expresso do Nexo, a partir da fábula da Disney, Beyoncé cria sua própria narrativa visual sobre a ancestralidade negra, as tradições e riquezas da África -- de onde surgiram as principais críticas. Artistas e pensadores africanos a acusaram de romantizar a África pré-colonial com representações das monarquias africanas e de “estereotipar” a cultura do continente. Debates sobre lugar de fala se seguiram, na esteira de críticas de pessoas não-negras à produção. Tão delicada é a tarefa de analisar tamanha empreitada de uma das maiores artistas dessa geração que o New York Times chamou seis críticos para analisar todos os aspectos da obra -- da moda à música, da dança às questões raciais e representações (e apropriações) da cultura africana.