Por que as mães estão tão cansadas?

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Bloco de notas

Livros sobre maternidade

Uma seleção de títulos sobre as crises, as dificuldades, os aprendizados e as belezas de ser mãe nos dias de hoje

Livros sobre maternidade

11 de Maio de 2025

Uma seleção de títulos sobre as crises, as dificuldades, os aprendizados e as belezas de ser mãe nos dias de hoje

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    A escritora nigeriana Buchi Emecheta (1944-2017) inspirou a geração de Chimamanda Ngozi Adichie e Ayòbámi Adébáyò. Em “As Alegrias da Maternidade” (Dublinense, 2018), ela nos apresenta Nnu Ego, filha de um líder africano que acredita na maternidade como forma de se tornar uma “mulher completa”. A personagem é enviada para casar com um homem na capital da Nigéria e ali enfrenta sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos em condições de vida precária. O livro explora as imposições dos colonizadores, nas décadas de 1920 e 1930, e a opressão às mulheres no país.

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    Em seu “Manifesto Antimaternalista” (Zahar, 2023), a psicanalista Vera Iaconelli desconstrói o mito do instinto materno. “Como explicar que, por séculos, as crianças morreram como moscas sob os olhares complacentes de pais e mães, sem que o dito instinto materno operasse impedindo tamanha omissão?”, indaga. Especialista nos temas da parentalidade, ela denuncia a armadilha ideológica dos conceitos equivocados que mantemos sobre a maternidade. Iaconelli também explora os vários tipos de maternidade possíveis, mostrando os malefícios da redução do termo a uma vivência familiar restrita e heteronormativa. Na Gama, você confere uma entrevista com a autora.

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    Dor e amor, culpa e alegria: são muitos os sentimentos que coexistem na maternidade. “Máquina de Leite” (Todavia, 2024) acompanha a mãe que vive um luto de si mesma nos primeiros dias de vida de sua bebê recém nascida: “Eu era tradutora, mas agora sou uma máquina de leite”. O primeiro romance de Szilvia Molnar emociona pela retratação fiel das dificuldades do puerpério.

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    Por necessidade de viver os próprios desejos, pela carreira ou pelo simples arrependimento da maternidade, são vários os motivos que podem levar uma mãe a abandonar o filho. Questionando suas próprias ideias do que é ser uma “boa mãe”, a jornalista catalã Begoña Gómez Urzaiz investiga mães que vivem longe da prole, como a atriz Ingrid Bergman e a personagem Anna Kariênina, de Tolstói. Em “As Abandonadoras” (Zahar, 2024), ela também reflete sobre a culpa materna e as mães como sujeitos independentes. Leia um trecho aqui.

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    Valeria tem dificuldade para achar a mulher dentro de sua imagem de mãe perfeita nos anos 1950. Aos 43 anos, a protagonista de “Caderno Proibido” (Companhia das Letras, 2022) se dedica quase inteiramente à família e um dia decide escrever um diário. Entre as descobertas sobre si mesma, percebe que nunca mais ouviu seu próprio nome, já que até o marido a chama de “mamãe”. Os conflitos geracionais com os filhos, a sexualidade aflorada, a busca por um espaço particular são outros tópicos abordados no livro de Alba de Céspedes, autora que influenciou Elena Ferrante.

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    Quais são os limites da liberdade de escolha feminina? “Como Se Fosse um Monstro” (Alfaguara, 2023) explora essa e outras questões em uma trama sobre Damiana, uma produtiva barriga de aluguel dos anos 1980 e 1990. Já idosa, a protagonista do segundo romance de Fabiane Guimarães conta sua relação com a maternidade, com o próprio corpo e com uma rede clandestina de produção de bebês.

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    Após a própria experiência com o nascimento de seu filho, em que sentiu falta de clareza e culpa ao cuidar, Chelsea Conaboy passou a questionar onde estava sua calma natural inerente a todas as mães. Sua investigação rigorosa ajudou a construir o livro “O mito do Instinto Materno: como a neurociência está reescrevendo a história da parentalidade” (Companhia das Letras, 2024). A obra explora as mudanças do cérebro de um adulto quando se torna responsável pelos cuidados de um bebê. Também elucida como a romantização da maternidade é um mecanismo de controle social que relega a tarefa do cuidado apenas às mulheres.

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    “A Filha Única” (Todavia, 2022) nos apresenta a Laura, uma mulher com seus 30 e poucos anos que nega um filho ao seu companheiro fazendo uma laqueadura sem avisá-lo. Focada na carreira acadêmica, a protagonista lida com a pressão da própria mãe e acompanha a gravidez inesperada da melhor amiga. Escrita pela mexicana Guadalupe Nettel, a obra reflete sobre as múltiplas perspectivas para a maternidade.

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    Fundadora do gênero autossociobiografia, a francesa Annie Ernaux narrou o luto pela sua mãe desde o momento em que recebeu a notícia da morte. “Uma Mulher” (Fósforo, 2024) fala da “ única mulher que realmente importou” para Ernaux, e que “estava demente havia dois anos”, segundo a autora. Ao reconstituir as memórias da figura materna, a ganhadora do Nobel mostra uma mulher da classe operária em busca da independência. Leia um trecho publicado pela Gama.

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    A relação de mãe e filha é bem aprofundada em “Solitária” (Companhia das Letras, 2022) com as personagens Eunice e Mabel. O romance de Eliana Alves Cruz conta a saga delas, que vivem confinadas em um quartinho da empregada, dentro de um prédio de luxo. À medida que cresce, Mabel passa a enxergar com clareza o caráter absurdo das situações que vive. Mesmo assim, enfrenta dificuldade em romper o ciclo de violências que ela e a mãe são obrigadas a suportar.

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