Dez livros sobre amor e relações pela perspectiva feminina
Na ficção e fora dela, lançamentos recentes mostram como diferentes mulheres enxergam os relacionamentos
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Capaz de inspirar encontros e movimentos de mulheres, “Feitiços: fazer amor com árvores” (Todavia, 2024) conta sobre a presidente de uma estatal de combustíveis na Polônia. Pesquisadora e ativista, a escritora Agnieszka Szpila discute a culpa e o patriarcado a partir da protagonista que será flagrada fazendo amor com uma árvore durante uma crise de sonambulismo. Após o vazamento do vídeo constrangedor, a executiva desenvolve um transtorno dissociativo de personalidade e acaba viajando para o século 17. A proposta inusitada e reconhecida como pós-pornô ecofeminista já foi recomendada por Olga Tokarczuk, vencedora do Nobel de 2018.
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O que fazer quando o luto e a frustração te perseguem? Para a personagem Alice, de “Dakota Blues” (Companhia das Letras, 2025), a melhor decisão foi escapar. Ela é uma estudante de jornalismo que cresceu durante a ditadura e perdeu o pai na infância, por um acidente de carro. Recuperando a cultura e história de um passado recente do Brasil, esse romance de formação da escritora Simone AZ mostra Alice em uma viagem para Nova York, onde encontra uma nova paixão, novos amigos e uma nova versão de si mesma. O lançamento está previsto para 25 de março.
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Para a escritora norte-americana Sylvia Plath, “é impossível ‘capturar a vida’ se a gente não mantém diários”. Com a noção da importância deste gênero literário, a jornalista, pesquisadora e professora Ingrid Fagundez investiga, entre outras questões, por que os diários são tão associados ao universo feminino. No lançamento, “Diário do Fim do Amor” (Fósforo, 2025), ela resgata a história e as transformações da escrita diarística, traz entradas do próprio diário e trechos de escritos de Sylvia Plath, Susan Sontag, Katherine Mansfield, Virginia Woolf e Marie Bashkirtseff.
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“Messalina” (Crítica, 2025) explora a verdadeira história da terceira esposa do imperador Cláudio, uma das mulheres mais célebres do Império Romano. Por séculos conhecida como uma ninfomaníaca maquiavélica, a imperatriz teve sua personalidade e suas conquistas invisibilizadas. E tudo começou com seu marido, que ordenou a remoção do nome e imagens dela de todos os lugares. A pesquisa de Honor Cargill-Martin mostra o lado humano dessa figura feminina que, apesar de subestimada, conseguia se afirmar na política imperial romana.
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Autora de “Descolonizando Afetos” (Paidós, 2023), a psicóloga, ativista e escritora indígena Geni Núñez aborda as relações para além das imposições sociais em “Felizes por Enquanto” (Planeta, 2024). Sempre fugindo dos binarismos e da noção de que só existe um jeito de se relacionar e de estar no mundo, Núñez reúne poesia, reflexões sociológicas e referências a diferentes pensadores. No Podcast da Semana, da Gama, ela já discutiu temas como a obsessão pela sexualidade causada pela monogamia. Você também pode conferir um trecho da obra.
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Nem sempre os planos que fazemos são realmente feitos para nós. É com essa frustração que Ana, a protagonista de “Dentro do Nosso Silêncio” (Companhia das Letras, 2024), tem de lidar. Estreia da carioca Karine Asth na literatura, o livro traça duas linhas do tempo: na primeira, o casal enfrenta dificuldades para engravidar e, na segunda, Ana tenta reconstruir a vida após o divórcio. A obra venceu o Prêmio Jabuti de 2023 na categoria Romance de Entretenimento.
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Conhecida pelo podcast “Bom Mesmo é Ser Emocionada”, Luana Carvalho estreou na literatura recentemente com “O Amor Não Mora na Urgência do Outro” (Academia, 2024). A partir de textos sobre dores, amores, ancestralidade e afetos, ela discute a importância da liberdade emocional na vida de mulheres, entendendo que sentir é um direito.
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Recém-chegada nos subúrbios de Nova York, Alice Hale encontra um livro de receitas da antiga proprietária de sua nova casa. Ao folhear aquelas páginas, a protagonista de “A Receita da Esposa Perfeita” (Verus, 2024) descobre que a autora, uma dona de casa dos anos 1950, deixou mais do que dicas de cozinha: os textos revelam segredos obscuros sobre seu casamento. Durante a leitura, Hale percebe semelhanças com o seu relacionamento atual, o que a leva a assumir o controle da própria vida.
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“Uma criança marcada pela ausência.” É assim que Lorena Portela descreve a protagonista do seu segundo romance, “O Amor e Sua Fome” (Todavia, 2024). Depois do sucesso de “Primeiro Eu Tive que Morrer” (Planeta, 2022), a escritora cearense voltou às paisagens de seu estado para contar a história de Dora, uma menina abandonada pela mãe na infância e que tem um pai apático. Somente na figura de sua prima Esmê, ela vai encontrar afeto e uma parceira para amadurecer.
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“Virgínia Mordida” (Companhia das Letras, 2024) narra a vida de uma carioca que mora em São Paulo, trabalhando como advogada durante o dia e aproveitando a cidade à noite. Após se conectar com o ator argentino Henrí, a protagonista acaba vivendo um relacionamento abusivo que tem as violências acentuadas pelas diferenças culturais, de gênero e raça. A autora Jeovanna Vieira aborda problemas sutis na relação do casal, com o objetivo de ajudar as leitoras a identificarem formas de violência psicológica e física sofridas diariamente, como explicou em entrevista.
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