Histórias de amor LGBTQIAPN+

Stênio Gardel foi o primeiro brasileiro a vencer o prestigiado National Book Award. A premiação veio graças ao seu romance de estreia, “A Palavra que Resta” (Companhia das Letras, 2021), escrito com linguagem poética, vocabulário regional e fluxo de consciência. A narrativa acompanha Raimundo, que depois dos 70 anos aprende a ler para descobrir o que seu amor proibido da juventude deixou escrito em uma carta. Na Gama, você confere um trecho da obra.

Na França do século 18, Marianne (Noémie Merlant) é contratada para pintar o retrato de Héloïse (Adèle Haenel), que será enviada a um pretendente como parte de um acordo de casamento. Como Héloïse se recusa a posar, Marianne se faz passar por dama de companhia durante o dia e pinta o retrato de memória, em segredo, à noite. Com o tempo, o relacionamento entre as duas se intensifica. Essa é a premissa de “Retrato de Uma Jovem em Chamas” (2020), uma narrativa misteriosa e erótica conduzida pela diretora Céline Sciamma. Disponível no Prime Video.

Como a literatura de amor LGBTQIAPN+ combate a opressão? Gama responde a pergunta nesta reportagem sobre a resistência de escritoras e escritores diante do conservadorismo e da tentativa de apagamento dessas narrativas. O texto aponta como as obras atuais têm se afastado da ideia de que o afeto LGBTQIPN+ é sempre sofrido ou impossível e passaram a imaginar amores possíveis, felizes e cotidianos. Ao final, indicações de livros infantis, clássicos e contemporâneos, confira.

Dirigido por Todd Haynes e baseado no livro de Patricia Highsmith, “Carol” (2015) acompanha o encontro entre Therese (Rooney Mara), jovem balconista em Nova York, e Carol Aird (Cate Blanchett), mulher mais velha em meio a um divórcio conturbado. Após ser impedida de passar o Natal com a filha, Carol embarca em uma viagem de carro pelos Estados Unidos com Therese. Retratando um amor delicado na década de 1950, o filme foi indicado a seis Oscars. Disponível no Prime Video e para compra na Apple TV+.

“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (2016), vencedor do Oscar de Melhor Filme, traz a trajetória do protagonista, Chiron, na infância, adolescência e vida adulta, permeada por questões de raça, violência e pobreza — e seu processo de descobrir quem ele realmente é, principalmente em relação à sexualidade. No longa, o amor assume a forma de “ação transformadora e configuradora, não em uma visão do senso comum”, segundo uma dissertação a respeito. Disponível no Prime Video.

Uma opção fofa, “The Two Princes” (2019) apresenta um romance entre dois príncipes de impérios rivais. Para quebrar uma maldição que ameaça ambos os reinos, eles embarcam em uma jornada por uma floresta misteriosa. A audiossérie está disponível em inglês, no Spotify.

Quando dois garotos se conhecem na escola, um tímido e o outro superpopular, uma amizade nasce. Não demora muito para que os sentimentos de Charlie por Nick se tornem mais intensos, mas será que o garoto mais popular da escola se interessaria por ele? Baseado em um quadrinho de mesmo nome, a série “Heartstopper” (2022-2024) conquistou o mundo apresentando um história de amor LGBTQIAPN +. Disponível no Netflix.

Dirigido por Daniel Ribeiro, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” (2014) tem o poder de emocionar. A trama segue Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente LGBTQIAPN+ com deficiência visual. Ele sonha em conquistar independência, mesmo com sua mãe superprotetora, e por isso deseja voltar sozinho da escola pela primeira vez. Quando o colega Gabriel (Fábio Audi) chega ao colégio, Leo descobre sentimentos novos que o levam a explorar sua sexualidade. Disponível no Telecine.

Redenção, uma cidade baiana que muda constantemente de lugar e confunde a tecnologia, é o ambiente em que se passa “Cartografia para caminhos incertos” (Intrínseca, 2025). No romance de realismo mágico de Ian Fraser, conhecemos Mané, um homem simples que busca a perfeição em sua poesia e a aprovação de seu namorado, Jeremias. No livro, ele embarca em uma jornada inesperada por lugares fantásticos, como um engarrafamento extenso que gerou uma sociedade própria.

Produções culturais podem inspirar grandes mudanças de vida — inclusive o processo de aceitar a própria identidade de gênero. A convite da Gama, seis pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ selecionaram filmes, séries, sites, livros, colunas e álbuns inteiros que as ajudaram a viver o amor por si e pelos outros. Veja as recomendações aqui.