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Sarah Kelly 24 de Janeiro de 2025

Nesta semana, a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) anunciou os vencedores de sua premiação anual, elegendo o último lançamento de Amaro Freitas como o melhor disco do ano. “Y’Y” (pronuncia-se “iê-iê”) é inspirado em uma viagem do pianista pela Amazônia, onde relata ter conhecido um outro Brasil.

Um convite para imaginar as lendas e os encantamentos amazônicos, “Y’Y” evoca a natureza já no título, que significa “rio” ou “água” no dialeto indígena Sateré-Mawé. A fim de remeter os sons da floresta, Freitas contou com a técnica do “piano preparado”, em que objetos são introduzidos entre as cordas do piano.

A produção lhe rendeu o título de instrumentista do ano no Prêmio Multishow. No Grammy Latino, foi indicado na categoria de melhor canção em língua portuguesa por “Esperança”, cujos créditos divide com Criolo e Dino D’Santiago.

Nascido em Recife, o artista de 33 anos iniciou a carreira musical como professor em um projeto social e, em 2016, lançou seu primeiro álbum, “Sangue Negro”. Os discos seguintes, “Rasif” (2018), “Sankofa” (2021), como o recente, seguiram a preocupação do músico de resgatar sonoridades ancestrais. Ele já tocou em casas de jazz tradicionais, na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. Hoje, se prepara para mais uma turnê internacional, com ingressos de quatro shows já esgotados.

Além de representar o Brasil na música, Freitas foi convidado para participar de uma mesa de debate sobre sustentabilidade e o equilíbrio do planeta no evento anual NYC Winter Jazzfest, ao lado de outros grandes nomes do gênero como Arooj Aftab e Aja Monet.

Incrível pensar que, mesmo dominando o piano como um mestre, foi só recentemente que ele adquiriu o instrumento pela primeira vez. “Comecei a tocar aos 11 anos e aos 33 consegui comprar meu primeiro piano”, conta. Na adolescência, queria tocar bateria, mas seu pai, pedreiro e maestro da banda da igreja, o convenceu a estudar teclado porque já haviam muitos meninos que tocavam bateria no conjunto. Anos depois, o talento e persistência o levaram a ganhar uma bolsa no Conservatório Pernambucano de Música.

Até hoje, o músico é ligado à família, como demonstra nas redes. A espiritualidade também desempenha um papel fundamental. “Ter uma base religiosa é importante para minha identidade como cidadão, e com a família que tive, foi muito bom. É uma lembrança que me faz sentir seguro, é parte da minha autoestima. Me trouxe um senso de coletividade, porque eu sempre fazia tudo em grupo”, conta.

Sempre perto da arte, ele se relaciona há oito anos comLuna Vitrolira, cantora, poeta, atriz e mestra em Teoria da Literatura.

Nas colaborações artísticas, Freitas divide a composição de “Ao Teu Lado”, faixa do aclamado álbum “Caju”, de Liniker.

Diante de um momento que promete outros sucessos, o pianista demonstra gratidão pela trajetória até aqui. “Meu maior aprendizado foi saber manter o pé no chão e a cabeça no céu. Gosto de viajar o mundo, estar em trânsito, e de voltar para casa, Recife. Acho que não me perder no caminho é uma das maiores virtudes“, afirma na Revista E.

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