Afrofuturismo e protagonismo negro — Gama Revista
Zaika do Santos/Reprodução/Instagram @zaikadosantos

Afrofuturismo e protagonismo negro

Em mais um 13 de maio marcado pelo conservadorismo que vê a abolição como dádiva das elites, movimento afrofuturista aborda o protagonismo negro

Ana Mosquera 13 de Maio de 2022

Para setores do movimento negro, ter a data da Lei Áurea, 13 de maio de 1888, como marco do fim da escravidão no Brasil é desconsiderar desde a luta nos quilombos do século 16, representada na figura de Zumbi dos Palmares, até a pressão fundamental dos abolicionistas negros do século 19 – José do Patrocínio, Luiz Gama, André Rebouças – para que o governo imperial extinguisse o sistema escravista de vez no Brasil. É sobre protagonismo negro e ainda não está tudo bem.

Enquanto grupos conservadores idolatram o levantar de pena da Princesa, enfatizando o direito à liberdade do povo negro como doação ou dádiva proposta pelas elites coloniais, atores negros reivindicam seus lugares de protagonistas da história do Brasil, por meio das manifestações artísticas, musicais, literárias, cinematográficas, televisivas, fantásticas, afrofuturísticas.

“São pessoas negras usando elementos de tecnologia, do fantástico, para refletir sobre a própria experiência e pensar em futuros possíveis em que a gente não seja necessariamente afetado por uma estrutura racista”, disse ao Nexo Stephanie Borges, tradutora e poeta, em 2020, sobre o afrofuturismo.

Cunhado em 1994 por Mark Dery, escritor norte-americano pioneiro na cibercultura, o afrofuturismo surgiu da inquietação do crítico literário ao conversar com três artistas e intelectuais negros – Greg Tate, Tricia Rose e Samuel R. Delany – e perceber a ausência de escritores afro-americanos na ficção científica. Nascido com o fim de descrever as criações ficcionais que inventam outros futuros para as populações negras na literatura, o termo se expandiu e acabou atingindo diferentes campos da produção artística.
Gama selecionou algumas dicas para conhecer o movimento.

  • Ícone pop atemporal

    Modelo, cantora, atriz e performer, a jamaicana Grace Jones integrou a cena disco da Nova York da década de 1970, quando foi referenciada como diva gay, e chegou a atuar em filmes como Conan – O Destruidor em 1980, época em que se tornou ícone pop e influenciou artistas com sua estética única. Por manter uma imagem que representa diferentes tempos e gêneros, tornou-se referência do afrofuturismo.

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