Como ser mais feliz trabalhando como freelancer — Gama Revista

5 dicas

Trabalhe como autônomo e seja feliz

Don Draper falando:
Don Draper (John Ham) no episódio 3 da 7ª temporada de 'Mad Men'
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De repente, você se viu um freelancer. Assim como os bebês, esses trabalhadores são altamente beneficiados pela rotina. Se organizar direitinho, todo mundo consegue tirar férias

Laura Capelhuchnik 04 de Agosto de 2020
  • 1

    Aqui se faz, aqui se cobra –
    Saber precificar o seu trabalho é indispensável para ser freelancer. Um bom começo é pesquisar o mercado, sondar o público e a concorrência, consultar colegas e mentores. Com o tempo, você montará a sua própria tabela de preços. Mas é importante ter atenção a um erro comum: basear a precificação em quanto você gasta para fazer cada serviço ou no quanto precisa para viver. Segundo a consultora financeira Denise Damiani, o valor do seu trabalho deve ser estabelecido somente a partir da percepção de valor do que você entrega. Ela recomenda um método para chegar a essa resposta: descrever o serviço de maneira detalhada, incluindo o que você faz e sua qualificação. Depois, perguntar a 20 pessoas sobre o quanto elas pagariam por ele, ainda que não estejam interessadas em contratá-lo agora. O quanto você deve cobrar, segundo Denise, é uma média dos valores intermediários, depois de excluídos os números mais baixo e mais alto da sondagem. Em tempos de pandemia, vale mais uma observação: baratear desproporcionalmente os serviços para atrair a clientela pode parecer atraente para tapar buracos no começo, mas no longo prazo não é uma boa ideia. Segundo Alan Soares, criador da página de organização financeira Boletinhos, praticar preços muito baixos é ruim em dois sentidos. “Tanto para a pessoa como para o mercado como um todo. Quanto mais pessoas fazem isso, mais se acha normal pagar muito pouco por um serviço que seria mais caro. Precisa ter um equilíbrio nos preços praticados, e não desmerecer o próprio trabalho”, explica. Inclusive para não ter problemas na retomada de preços originais quando o cenário melhorar.

  • 2

    Cuide do seu tempo –
    Horários regrados para evitar a procrastinação e uma lista de tarefas elencadas por prioridades vão melhorar sua produtividade e impedir que você caia na armadilha de sair do trabalho sem que ele saia de você. O empresário britânico Richard Branson, fundador do grupo Virgin, por exemplo, tem o hábito de fazer listas para cada dia. Elas têm afazeres, mas também novas ideias para os negócios. E as tarefas objetivas depois são compartilhadas em ferramentas como o Wrike, para facilitar a distribuição do trabalho para sua equipe.
    Gadgets, aliás, são muito bem-vindos na vida de freelancer: existem aplicativos para administrar o tempo, como Toggl, o Rescue Time e o aplicador online da técnica pomodoro. Evernote, Wunderlist e Trello são ferramentas que podem te ajudar a gerenciar suas tarefas. O mesmo vale para o Asana, caso você precise gerir uma equipe remotamente (aliás, pensar em distribuir o trabalho, como freelancer, pode ser um bom jeito de dar conta do recado).
    A gestão da vida pode ser parecida com a de uma empresa, embora haja uma magia específica no trabalho autônomo: se organizar direitinho, todo mundo faz uma pausa de qualidade durante a tarde.

  • 3

    Invista na sua reputação –
    Ela já existe, inevitavelmente: está relacionada à percepção das pessoas sobre você. O primeiro passo para cuidar da sua marca, segundo Patricia Dalpra, estrategista em personal branding e carreira, é mapear seus talentos e habilidades, pensar em como você se vê e como gostaria de ser visto. É importante investigar que reputação tem nos meios em que circula – ajuda perguntar a colegas e a pessoas próximas. Estudar a concorrência e o público-alvo também é essencial na hora de trabalhar a própria marca. “Com conhecimento de mercado, temos condições de oferecer algo mais customizado e direcionado ao cliente. E ele não se importará em pagar mais pelo que está adquirindo se a sua marca representar um valor agregado ao produto”, explica Patricia. Também não basta, segundo ela, ter uma marca estudada e bem posicionada se o mercado não a conhece: a comunicação é um elemento determinante dentro do processo de gestão de marca e carreira. “Gerar conteúdo é uma excelente estratégia quando o objetivo é criar reputação na rede”, afirma, ainda mais agora, quando, via de regra, os encontros são remotos — uma parte deles também deve permanecer assim após a pandemia. Linkedin é uma ótima plataforma para isso, e também vale investir em estratégias para as demais redes sociais, como Instagram, Pinterest e Facebook. Mas isso só funciona se seu público estiver nelas: antes de produzir conteúdo, entenda por quais redes navegam as pessoas que buscam seus serviços.

  • 4

    Saiba dizer não, mas sem fechar as portas –
    Uma grande fonte de ansiedade do freelancer de primeira viagem é lidar com as incertezas do amanhã. E quando o amanhã é um cenário de pandemia, a insegurança pode levar a decisões pouco estratégicas a longo prazo, como aceitar quaisquer que sejam as ofertas, e todas de uma só vez. Se for possível, priorize uma boa seleção de quais trabalhos valerão a pena financeiramente ou como experiência. Agarrar tudo o que aparece ao mesmo tempo em busca de um retorno financeiro imediato pode te estacionar no caminho para construir reputação e clientela, pontos essenciais em uma carreira como freelancer. Um bom ponto de partida é tentar sempre combinar projetos de longo prazo com outros que podem ser resolvidos mais rapidamente, segundo Alice Weightman, fundadora da plataforma inglesa The Work Crowd. Assim você garante alguma segurança e mantém a flexibilidade para topar empreitadas futuras que lhe interessem mais. Alan Soares dá a dica de procurar pelo menos uma parceria que se prolongue durante um período mais extenso, ou clientes cuja demanda possa ser mais frequente — ajuda a evitar o aperto em momentos em que a procura diminui para alguns setores, como este.

  • 5

    Planeje suas finanças. E aperte os cintos (ou se desfaça deles) –
    Esta é para ajudar a colocar em prática a dica anterior, já que poder escolher em quais projetos investir envolve ter segurança financeira. O ideal é que, antes de se tornar freelancer, você tenha uma reserva de dinheiro para se sustentar — afinal, vai demorar um tempo até que você se estabeleça e seja recompensado por isso. Para Cristiano Corrêa, professor de finanças do Ibmec, o primeiro passo para se planejar financeiramente é conhecer o caminho do seu dinheiro: sobretudo no que diz respeito aos gastos. “O freelancer tem a característica de não conhecer a própria receita, que é inconstante. Então precisa mapear toda a despesa e se programar. Em meses em que se ganha mais, tem que guardar para caso ganhe menos no mês seguinte”, explica. Saber para onde vai o seu dinheiro é essencial para conseguir poupá-lo e também para pensar em como agir em momentos de crise. “Se a receita cai, é preciso equilibrar esse novo cenário com as despesas, que precisam cair também. Se você conhece seus gastos, já consegue separar o que é essencial do que não é”, diz Corrêa.Planejar as despesas e fazer reservas ajudam no controle sobre a inevitável oscilação de faturamento do freelancer.

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