Relatos sobre 'o que o tempo ensina' — Gama Revista
Tá sem tempo, né?
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Semana

O que aprendi sobre o tempo

Por meio da meditação, da natureza, do conselho de um amigo, da medicina: homens e mulheres contam como aprenderam a lidar melhor com o tempo que insiste em passar rápido demais

Manuela Stelzer 08 de Novembro de 2020
Ilustração: Isabela Durão / Fotos: Jaque Rodrigues, Ana Marques, Lucas Tomaz Neves, Bia Takata, Marcelo Curia

O que aprendi sobre o tempo

Por meio da meditação, da natureza, do conselho de um amigo, da medicina: homens e mulheres contam como aprenderam a lidar melhor com o tempo que insiste em passar rápido demais

Manuela Stelzer 08 de Novembro de 2020
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    E se só te restasse um dia?

    Anna Virginia Balloussier, jornalista e autora de “Talvez Ela Não Precise de Mim” (Todavia, 2020)
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    Divulgação

    “Você sabe o que é o bug do milênio? Dependendo da idade, talvez não. Eu tinha 12 anos, completaria 13 no dia 2 de janeiro. Achei que nunca chegaria lá, que morreria sem nunca ter beijado na boca ou sem ter completado o álbum de fotos das Spice Girls. Estava todo mundo dizendo que o mundo como o conhecíamos ia se escafeder quando o relógio virasse meia-noite rumo aos anos 2000. Algo a ver com os sistemas informatizados entrarem em pane por não saberem processar a passagem de 99 para 00, se confundiriam, julgariam estar em 1900. Eu não queria voltar no tempo, eu queria crescer, beijar, usar sutiã e, quando fosse velha, muito velha mesmo, tipo 20 anos, quem sabe ter um filho e ensinar para ele que a vida é muito curta para brigar com seu irmão sobre quem raspa a panela de brigadeiro que a vovó fez.

    Vovó morreu no ano passado, minha filha nasceu pouco depois. Eu não tinha 20 anos, mas 32, quando engravidei, e por nove meses que pareciam mais eternos do que ‘O Irlandês’ (2019) do Scorsese sofri fabulando tudo o que poderia dar errado na gravidez: genes defeituosos, pressão alta demais, pressão baixa demais, deslocamento de placenta, contrair sarampo na fila do banco e toxoplasmose comendo alface, levar um tombo na esteira da academia, não fazer exercícios e ter diabetes gestacional, crise econômica, golpe militar, apocalipse climático, invasão alienígena, enxoval todinho rosa — não tive a criatividade para vislumbrar uma epidemia global, no entanto.

    Violeta é do dia 3 de março, tão velha quanto o bug do coronavírus. Não quero que ela perca tempo temendo tanto, todos esses fins de mundo que acumulei dentro de mim ao longo dos anos. Tinha uma música de antes de o milênio virar, acho que do Paulinho Moska, que começava assim: ‘Meu amor/ O que você faria se só te restasse um dia?/ Se o mundo fosse acabar/ Me diz o que você faria’. Eu faria brigadeiro, faria cafuné na minha filha, faria com que cada minuto fosse maior do que o anterior, porque para o mundo acabar tem que marcar horário antes. Não tenho tempo para isso.”

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    O tempo é uma entidade

    Renata Felinto, artista e curadora
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    Jaque Rodrigues

    “Eu sou artista desde os meus 18 anos de idade, profissionalmente desde os 20 e poucos. A universidade e o mestrado foram fundamentais para minha compreensão do ofício de artista. Mas, diferentemente dos meus colegas, meus trabalhos não eram aceitos nos salões de arte com a mesma receptividade, porque desde o primeiro momento eu trato das questões que atravessam minha existência: gênero, classe e raça. Eu era e sou uma mulher negra da periferia; portanto, sempre dividi meu tempo entre o fazer artístico e intelectual e a questão da sobrevivência. Até mais ou menos meus 30 anos eu trabalhava pelo salário, para sobreviver simplesmente. Quando decidi que ia trabalhar para mim, e só para mim, é que de fato me percebi como uma artista, produtora e curadora. Hoje eu tenho 42 anos e só há cinco as minhas produções começaram a aparecer em determinados espaços privilegiados das artes visuais.

    Nesse processo, foi necessário não só respeitar o tempo, entendendo que uma carreira se constrói ao longo dos anos e da energia que se empenha no trabalho criativo e de pesquisa, mas também entender que o tempo das outras pessoas que estudaram comigo, e que foram rapidamente acolhidas pelo sistema da arte, não é o meu tempo. São tempos diferentes. Precisei abrir mão dessa perspectiva brancocêntrica ocidental que coloca artistas como concorrentes. Comecei a me ver como uma artista que possui uma caminhada própria e a observar outras artistas pretas nessa caminhada, compreendendo-as como referências e colegas, nunca como concorrentes. Nessas mulheres encontrei conselhos que puderam facilitar a minha convivência com o tempo, que foi meu maior aliado no processo de sedimentação como artista.

    O tempo é também uma entidade. E cada vez mais eu tenho pensado nela como presença constante. Respeito muito o tempo no qual as coisas acontecem e isso me proporciona uma tranquilidade para compreender que determinados ofícios, como o do artista, não são imediatistas — ou não deveriam ser, porque ideias são amadurecidas e sobrevivem à nossa presença física e material neste mundo. Hoje eu convivo melhor com o tempo, e isso foi a partir da experiência de ser artista num país que não reconhece que mulheres com a minha origem e a minha condição possam ser artistas respeitadas. Somos centenas, senão milhares, e temos o direito de viver do trabalho que nos dá prazer e sentido à vida.”

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    A possibilidade de transcender

    André Elkind, especialista em gestão de estresse e liderança consciente
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    “No ano passado fui convidado para celebrar o casamento de um casal muito próximo, um amigo da vida toda. A música tema do casamento era ‘Oração Ao Tempo’, do gênio Caetano Veloso: ‘E quando eu tiver saído/ Para fora do teu círculo/ Não serei nem terás sido/ Ainda assim acredito/ Ser possível reunirmo-nos/ Num outro nível de vínculo’.

    Quando iniciei minha prática diária de meditação em 7 agosto de 1991 (data do aniversário de Caetano Veloso, por acaso), eu não refletia sobre o tempo. Hoje, 29 anos depois, percebo que o tempo está aí, presente em cada ser humano, cada um com sua perspectiva. Não existe uma regra para lidar com o tempo, mas forçar algumas de suas regulações parece ser um ato fadado a frustrações.

    Com minha prática diária de meditação percebo que a angústia que o tempo pode causar em situações de pressão me afeta cada vez menos. Me sinto mais sensível ao tempo no que diz respeito ao ritmo que ele pede de mim. A sociedade julga o tempo de forma muito racional e pouco intuitiva, e a prática de meditação me proporciona o contrário. A impaciência de esperar ‘o tempo chegar’ foi desaparecendo.

    A meditação traz esse estado de presença. E isso me trouxe uma nova relação com o tempo. Vivendo mais no agora, não entro nas variações da mente que ficam projetando o futuro ou revivendo o passado. Hoje reflito sobre o tempo de maneira atemporal. Pode parecer contraditório, mas essa realidade vem a partir de um sentimento de calma e paz interior, no qual os abalos são raros. É como se o furacão passasse e nós sentíssemos apenas uma brisa leve e tivéssemos a calma para perceber tudo acontecendo. Esse estado de presença causa uma relação diferente com o tempo, com a vida.

    Voltando a Caetano: ‘E quando eu tiver saído para fora do teu círculo/ Não serei nem terás sido…’ é uma alusão ao fato de que o tempo é limitado, mas é possível transcendê-lo. Podemos sair fora do nosso círculo. Essa experiência causa uma mudança profunda e verdadeira na nossa forma de ver o mundo, a natureza, as pessoas… E o tempo.”

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    Uma questão de propósito

    Rayanne França, enfermeira e indígena do povo Baré, na Amazônia
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    “A relação com o tempo é algo muito difícil de descrever, pois estamos falando de um tempo subjetivo, o tempo preciso das horas, o tempo relacionado à geracionalidade e aos aprendizados como um todo.

    O que eu aprendi com o tempo é o respeito: nada acontece sem os seus devidos propósitos. Tenho a consciência de que nós, os povos indígenas, sempre tivemos uma relação sagrada com o tempo, de vê-lo como responsável por moldar as relações com a natureza e com os nossos dias.

    Algo de que sempre me lembro é dos ensinamentos da minha avó: ela nos dizia que o primeiro dia do mês determinaria as características do mês como um todo. Ou seja, se o dia foi chuvoso, se foi cansativo, se as horas demoraram a passar, se resolvemos as demandas rapidamente ou se nos estressamos, ela dizia que essas características seriam predominantes naquele mês. Por isso, a importância de se organizar, de moldar seu dia. Pode parecer besteira aos olhos de quem não entende a tradicionalidade e a ancestralidade dos povos, mas para mim é um ensinamento muito importante.

    O primeiro dia de cada mês traz novas oportunidades sempre. Afinal, eu não posso controlar as subjetividades do tempo, não posso prever, não posso determiná-lo da maneira como quero. Posso apenas moldar minhas atitudes perante o tempo, gerir e transformar o tempo que vivo para que os próximos dias sigam o bom exemplo do primeiro dia do mês.”

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    Se reconectar com a vida

    Ana Carolina Marques, jornalista
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    Ana Marques / Divulgação

    “A primeira mudança que percebi com a minha experiência de três meses offline [para estudar sobre as consequências da internet para a mente e os relacionamentos] foi que, quando chegava o fim de tarde e o céu começava a ficar rosa alaranjado, eu sabia dizer exatamente que horas eram. Era uma prática de olhar para o ambiente, estar, perceber, exercitar meus sentidos, meu corpo sensível, e saber que horas eram. Isso foi bem doído, mas um doído bom, um doído conectado. Fui estudar sobre a desconexão e acabei encontrando várias reconexões.

    A segunda mudança foi a dos ciclos do meu corpo. Fiquei muito mais próxima desse tempo próprio, as sensações eram muito claras de acordo com o meu ciclo menstrual — e isso foi o começo para eu entrar num tempo cíclico, o tempo que existia predominantemente antes da criação do relógio mecânico. O que me leva para uma terceira percepção: eu estudei sobre tecnologias, que vão muito além do WhatsApp e da tecnologia moderna, e uma delas é a invenção do relógio. Essa invenção transformou o tempo. O relógio foi inventado por monges no século 12 para guardar as horas em que as pessoas deveriam ir para a missa, e é muito curioso porque naquela época o que você chamava de ‘hora’ é muito diferente da definição atual. O dia tinha que ser dividido em momentos, que variavam de acordo com a duração do dia no verão ou no inverno. Era muito contextual.

    Demorou séculos até que o relógio ficasse próximo das pessoas e ganhasse novos significados, atribuídos pela burguesia e pelo capitalismo como a gente conhece hoje. Antes o tempo seguia a lógica do eterno retorno, dos ciclos naturais, do observável. Era uma presença diferente. Tanto que, para as sociedades orais, que não usavam a escrita, o tempo era o eterno presente, de um gozo e de uma fruição muito mais simples e elevada que a nossa. O momento presente era tudo que existia.

    Toda essa minha experiência aumentou meu senso de presença, e isso é dilatar o tempo. Quanto mais presente você está e quanto mais atenção você dedica ao que está realmente acontecendo, mais você vive isso profundamente — e isso dura mais tempo. O tempo é uma dimensão tão maleável quanto qualquer outra, a gente só está aprendendo a lidar com ela. Assim como viajar no tempo: se você projetar e for a versão que você quer do futuro, você está resgatando uma versão de você que já aconteceu em alguma outra linha do tempo e está trazendo ela para o presente. E isso também é uma maneira de viajar no tempo, por que não?”

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    Um ensinamento antigo e especial

    Eliane Dias, advogada e empresária
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    Lucas Tomaz Neves

    “Há muitos anos eu conheci uma pessoa muito especial. Ela me deu o maior ensinamento sobre o tempo. Alan, que já não está mais entre nós, era cabeleireira, e um dia eu cheguei no salão dela irritada, sem tempo, apressada. Falei que queria uma pintura rápida. Ela começou a pintar meu cabelo e a conversar comigo. Disse que eu precisava ter o meu tempo e que, quando eu entendesse que o tempo era meu, ia conseguir fazer tudo o que quisesse. Eu nem sabia como responder, fiquei pensando: ‘Como assim? O tempo não é meu’, mas ela insistiu. Disse que eu não deveria ter que me encaixar em outros tempos e enfatizou que o tempo deveria ser meu.

    Foi então que ela me deu um livro ‘O Poder do Subconsciente’ [Best-seller, 2019], que continua comigo, eu nunca repassei. Foi a partir desse encontro e dessa leitura que entendi que o tempo era meu.

    Mesmo sendo meu, o tempo é sofrido, é escasso. Ele é praticamente inexistente. As coisas só vão rolando: às vezes faço uma reunião enquanto olho o e-mail, outras vezes falo no telefone enquanto respondo uma mensagem. Estou sempre lendo dois livros ao mesmo tempo. Tenho oito bandas na produtora musical [Boogie Naipe], ao mesmo tempo em que tenho uma marca de roupas. Sempre foi assim, e eu quero que continue. Não me reconheço de outra forma. Trabalho e cuido dos meus irmãos desde os 11 anos, comecei a trabalhar fora de casa aos 14.

    Depois que engravidei pela primeira vez, fui dona de casa por um tempo até chegar a segunda gravidez. Comecei o cursinho para entrar na faculdade e entrei. Aí fui mãe, estudante de Direito, estagiária, tudo junto. Meu tempo é esse: é totalmente único, um pouco corrido, mas meu. Se eu pudesse definir, precisaria de 36 horas num dia só. Como não dá para mudar, continuamos assim.

    Eu poderia ser simplesmente a companheira do Mano Brown [ela é casada com o rapper há 26 anos], fazer ginástica, cuidar da casa, ler um livro, estudar. Mas isso não me daria satisfação. Apenas ter uma família não me faria completamente feliz. Eu quero muita coisa. Por isso, o tempo é meu e só depende de mim.”

  • 7

    Estar presente em cada momento

    Juliana Giordano, obstetra
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    Bia Takata

    “Eu acho que a fala, até um pouco clichê, é que o tempo é uma medida absolutamente relativa. Ao entrarem em trabalho de parto, as mulheres perdem a noção do tempo, principalmente quando elas têm a possibilidade de se entregar, de se sentirem seguras. É tudo tão intenso que se abre uma janela no tempo, não é igual ao relógio do dia a dia. É muito sobre aquele momento específico, sobre estar presente, tanto a mulher quanto a equipe médica. Não é um tempo contado no relógio, é contado no sentimento. Claro que existem questões técnicas e de tempo formal, mas a relação que se estabelece ali é de outra ordem.

    No parto humanizado, a premissa é não relacionar nosso corpo com um corpo-máquina: não existe um referencial correto e esperado. É preciso avaliar de maneira atenta sempre, mas o limite não é tão rigoroso, não há um limite cronometrado. A minha profissão é ajudar cada mulher a entender que o parto é um processo único e que o tempo de espera é único.

    Quando estou trabalhando eu realmente me desligo de tudo ao redor. Para mim, o tempo é o tempo daquela mãe que estou ajudando. Não dá para mensurar o tempo desse momento de uma maneira objetiva, porque ele tem muitas variáveis. É complexo e subjetivo, e aí está a beleza da experiência. É preciso vivê-la sem um cronômetro nas mãos. A gente geralmente cobre o relógio da sala para a mãe não ficar vendo o tempo passar e poder se entregar totalmente.

    Como partos são geralmente desencadeados à noite, de madrugada, no fim de semana — que é quando a adrenalina da mulher está baixa, já que ela está mais relaxada — eu fico sempre à disposição. O trabalho de parto começa porque a ocitocina, o hormônio das contrações uterinas, é antagonista da adrenalina. Então, no dia a dia, enquanto a mulher está na correria, é raro o bebê dar sinais de que vai nascer. Então, estou muito acostumada e já trato isso como parte da minha vida. Ter escolhido essa profissão me trouxe essa relação com o tempo: eu já não sou dona dele.

    Por isso, quando não estou trabalhando, eu busco aproveitar muito bem o meu tempo com a minha família, meus filhos, minhas amigas, porque sei que a qualquer momento eu posso ser chamada. É preciso reverenciar cada momento: quando estou no parto, estou presente, e quando estou descansando também.”

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    A terra ensina sobre resiliência

    Micael Eckert, arquiteto e vinicultor
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    Marcelo Curia

    “Desde o nascimento da Vivente [vinícola e vinhedo orgânico fundado em 2018 por Eckert e Diego Cartier no município de Colinas (RS)] eu entendi que o vinho tem seu tempo próprio, assim como a terra. Sou da arquitetura, mas sempre tive gosto pela agricultura e pela vinificação (e foi daí que veio a Vivente). Cada ciclo, cada safra e cada vinho são diferentes. Essa é beleza de trabalhar naturalmente. Aqui não buscamos padrões estanques e reproduções fiéis, mas a pura expressão do tempo e da natureza. Como as possibilidades são vastas, tudo pode acontecer com uma safra. É preciso ser capaz de ouvir e observar os sinais que o próprio meio ambiente nos dá. Os pássaros, a temperatura, as folhas que caem das árvores, o lugar onde o sol incide. Essa observação vai nos dando os tons, as cores, os sons daquela terra. É a sabedoria do olhar, que tem tudo a ver com o tempo.

    As culturas antigas dizem que se há muitas aranhas caranguejeiras quer dizer que vem aí um tempo de seca. E nossos anos de experiência comprovaram: muitas caranguejeiras significam seca. Outro ensinamento é que quando as aracuãs cantam três dias depois chove. Se o vento parece meio diferente, se há um novo cheiro, se os animais se comportam de outra forma, é a natureza explicando sobre seus ciclos, sobre seu tempo, e é preciso escutá-la e respeitá-la.

    Meu pai e meus avós são também agricultores — de subsistência, além dos trabalhos que exerciam. A gente viveu desde pequeno em meio aos bichos e às plantas, vivendo o tempo deles em meio ao nosso. Hoje eu entendo que são muitos tempos em jogo: o tempo do plantio, o da transformação do alimento pelas leveduras, o da maturação etc. E tem a pressa pelo retorno, que muitas vezes se estabelece como uma necessidade para sustentar a família, os filhos, uma casa. Mas essa pressa é um empecilho para o tempo da terra. Não dá para querer controlá-lo, precisamos simplesmente entendê-lo e tentar conduzi-lo de uma maneira harmônica.

    O tempo do vinho me mostrou que não há um padrão, não adianta querer prever em quanto tempo ele ficará pronto. São muitas variáveis que podem ocorrer e mudar o curso do plantio e o prazo do resultado final. A gente trabalha com essas possibilidades e conduz o processo da forma como dá, vai aprendendo a lidar. A terra ensina que o tempo é relativo! E isso a gente leva para a vida: para as nossas relações familiares, com amigos e com tudo o que fazemos.”