Bandeira do arco-íris - Objeto de análise — Gama Revista

Bandeira do arco-íris

Símbolo de resistência do movimento LGBTQIA+, a bandeira virou moda e hoje é disputada por marcas

Amauri Arrais 15 de Junho de 2021
  • O que é

    Feita de recortes de seis cores e em tecidos variados, a bandeira tremula na fachada de edifícios ou estendida em formatos maiores, cobrindo longas extensões de ruas durante as paradas que celebram o orgulho da comunidade LGBTQIA+. Traz as cores do arco-íris e é mais vista durante o mês de junho, celebrado como o Mês do Orgulho LGBTQIA+ em memória da Revolta de Stonewall, uma série de protestos contra a invasão da polícia ao bar homônimo, em Nova York, em 28 de junho de 1969. Os protestos impulsionaram a luta por direitos LGBT nos Estados Unidos e são considerados um marco do movimento. Já a bandeira, surgiu pela primeira vez em 1978, para o Dia de Liberdade Gay de São Francisco, na Califórnia. A original tinha oito cores, cada uma representando uma aspecto da diversidade e da unidade do movimento gay: rosa (sexo), vermelho (vida), laranja (cura), amarelo (sol), verde (natureza), turquesa (arte e mágica), azul (serenidade), violeta (espírito). Mais tarde, as faixas rosa e turquesa foram retiradas, chegando ao formato de seis cores que conhecemos hoje.

  • QUEM FEZ

    O designer e ativista Gilbert Baker contou com ajuda de 30 voluntários para pintar os dois primeiros estandartes, para o evento que é considerado o precursor das atuais paradas. Sobre a criação, Baker disse que queria transmitir a ideia de diversidade e inclusão, usando um símbolo da natureza para representar que a sexualidade é um direito humano. O americano serviu às Forças Armadas e, quando deixou o Exército, passou a criar pôsteres para protestos anti-guerra e pelos direitos LGBT. Ele viveu em São Francisco, onde se tornou amigo de Harvey Milk, o primeiro parlamentar abertamente gay dos Estados Unidos, que foi assassinado em 1978. Em 1994, Baker se mudou para Nova York, quando criou a maior bandeira do mundo, com 1.600 metros, para celebrar o 25º aniversário de Stonewall. Ele viveu na cidade até sua morte, em 2017, aos 65 anos. Um ano antes, foi homenageado pelo então presidente, Barack Obama, por seu ativismo “que abriu caminho para outros e nos colocou mais perto do ideal fundamental de igualdade para todos”.

  • Por que é tão desejado

    As cores do arco-íris hoje estampam peças de roupa, coleções de tênis e já viraram até sanduíche. Todos os anos, em junho, grandes empresas também costumam embarcar nas manifestações do Mês do Orgulho LGBTQIA+ e adaptar slogans e logomarcas, incluindo as seis cores, para demonstrar apoio à causa. Mas nem sempre as campanhas se traduzem em mais direitos para os funcionários LGBTQIA+ ou apoio a políticos com essa agenda. Isso fez com que, em alguns países, surgisse o termo “rainbow washing” (algo como apagamento do arco-íris, em português) para definir o marketing que busca dar um verniz mais colorido à marca sem compromisso com posições reais contra o preconceito na sociedade ou na cultura corporativa.

  • Vale?

    A despeito das apropriações, por mais de 40 anos a bandeira se tornou um símbolo de resistência e tolerância. Em 2015, o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMa, a incluiu na sua coleção, como um “poderoso marco histórico do design”.

  • Como comprar

    Pode ser facilmente encontrada durante as paradas do Orgulhos LGBTQIA+, vendida por ambulantes. Na impossibilidade de aglomerações, é possível encontrá-la, a preços variados a partir de R$ 20, em sites como Mercado Livre e Amazon.

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